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Essa foi a segunda palestra do Projeto Filosófico “Ciclo de Palestras”, com o propósito de, aos poucos, consolidar esse projeto como extensão universitária e também como formação continuada e complementar para todas/todos as/os interessados nessa empreita humanística da Fatec de Mauá, aberta, é bom lembrar, para a comunidade interna e externa. O tema foi pensado juntamente com a palestrante, a Ph.D. em Planejamento e Gestão de Território, além da sua formação doutoral também em Saúde Pública, Cilene Victor. Tão vasta formação inclui seu mestrado em Comunicação Científica e Tecnológica. Ela também atua como professora da graduação e do strictu sensu, é jornalista e participou inúmeras vezes como convidada do Jornal da Cultura. Todavia, seu trabalho e pesquisa têm levado cada vez mais em consideração a condição precária em que vivem muitos seres humanos espalhados pelo planeta e no nosso país. Afirma com relação aos desastres e mudanças climáticas: o importante é a atuação em políticas públicas para uma qualidade de vida dessas populações, do contrário não adianta tratar de prevenção, o que não deixa de ser importante, mas não resolve o problema. Infelizmente, em muitos casos, atitudes governamentais são tomadas depois que vidas humanas foram ceifadas.
E, com toda sua experiência na UNESCO e no MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA quando foi consultora para monitoramento e alertas no que diz respeito aos desastres naturais, outros não tão naturais assim, tendo atuado ativamente, inclusive, em denúncias contra omissão de empresas e governos nessas questões da insensibilidade quanto à vida em geral e, em especial, à vida humana, Cilene também teve a oportunidade de encontrar profissionais sensíveis e humanos entre Bombeiros, Defesa Civil e outros órgãos que estão sempre presentes em situações assim. Na palestra, falou da importância do comprometimento de todas/todos e no apoio a esses organismos nacionais e também os internacionais, exemplo dos Médicos Sem Fronteiras e tantos outros.
Especialmente, Cilene chamou a atenção para a diferença entre migrantes de todos os tipos, incluindo-se como migrante da seca nordestina quando da sua infância, vindo para São Paulo por conta disso, e de refugiados; e, aí, abordou a importância do reconhecimento de tratados pela ONU no caso de refugiados de guerras civis e de outros acontecimentos trágicos que a própria humanidade provoca e que, sem tal reconhecimento, não são tratados como refugiados com o devido amparo político-social que um refugiado deve ter e que, não raras vezes, migrantes não possuem. A migração pode ser de um país para outro, mesmo em caso de guerras civis, como dentro de um país e por vários motivos, porém sem um reconhecimento oficial nesse sentido, como já posto, não entra na condição de refugiados.
E, o tempo todo na palestra, além de contestar números oficiais quanto às pessoas que sofrem como migrantes e refugiadas, porque os números são bem maiores, lançou o desafio da Ciência e, em estando em Faculdade de Tecnologia, da Tecnologia como protagonistas no controle de ações como alertas quanto aos desastres e mudanças climáticas, além da checagem das informações e dados em geral sobre esses terríveis eventos. Isto é: provocou todas/todos para o envolvimento com a prática da ética e da cidadania local, regional, nacional e planetária. Nesse sentido, apareçam falas das/dos participantes que já atuam nisso. E Cilene chamou atenção para o seu coletivo JRRD – JORNALISMO E REDUÇÃO DE RISCOS DE DESASTRES e do seu intuito de parcerias regionais, incluindo a Fatec de Mauá.
Prof. Dr. Mauro Araujo de Sousa, Ph.D. em Filosofia.
A palestra aconteceu no dia 18/09/2018 no auditório da Fatec de Mauá iniciando às 19h30 e terminando às 21h30.