CANTINHO DA FILOSOFIA
SAÚDE MENTAL: DESAFIOS
Palestrante: Maria Rita de Paiva Souza (psicóloga e psicanalista do INSS)
Essa é a quarta palestra do Projeto Filosófico “I Ciclo de Palestras”, que indica a continuidade do projeto neste ano de 2019. A importância do mesmo é proporcionar uma formação continuada e complementar para todas/todos as/os interessadas/os. É também parte de um projeto maior de uma Fatec em que as Humanidades tenham uma presença maior, até para colaborar com o plano diretor de construção de um ambiente acadêmico mais humanístico e humanizante, afinal a formação de tecnólogas/os deve depor contra o tecnicismo que distorce o papel fundamental da tecnologia para o exercício da cidadania, por exemplo, para as relações sociais e pessoais, como outro exemplo de como, não raras vezes, o tecnicismo se afasta da solidariedade que deve haver entre a tecnologia e as questões existenciais e sociais, questões que se abrigam dentro das preocupações éticas da filosofia enquanto área maior do conhecimento reconhecida historicamente. Portanto, como diria o estudioso da educação e filósofo brasileiro Dermeval Saviani: ela proporciona uma visão de conjunto sem abrir mão do rigor acadêmico, proporcionando um espaço de reflexão ampla e irrestrita, uma reflexão radical no sentido de ir á raiz das coisas, reflexão profunda que o tecnicismo amputa. Precisamos, sim, de uma sociedade em que a tecnologia seja essencial e esteja a serviço da qualidade de vida das pessoas e não uma visão formativa reducionista que, também, distorce a própria visão do que é ou deveria ser o mercado. A diferença entre tecnologia e tecnicismo é como a diferença entre consumo e consumismo. O consumo é necessário, pois ninguém pode viver sem o consumo. Mas o consumismo é pernicioso.
Além disso, as palestras perpassam todos os cursos com temas transversais, todavia pretende que, um dia, o Centro Paula Souza possa efetivar em seus cursos todos de tecnologia uma formação humanística e de caráter da grande área Filosofia, saindo na frente para afirmar quão essa grande área é importante para a formação crítica e cidadã da/o tecnóloga/o. E cabe lembrar que, como extensão universitária, esse, e outros eventos dessa mesma envergadura de extensão, são e sempre serão abertos para toda a comunidade interna e externa. A respeito do tema da IV Palestra, “Saúde mental: desafios”, o mesmo surgiu dentro do contexto em que muitos jovens têm cometido suicídio na sociedade, todavia, em especial, dentro de espaços universitários, chamando a atenção da comunidade acadêmica a partir da USP e, daí, para todo o país. Isso foi publicado na Agência USP de notícias. Ademais, ainda que em um primeiro momento a preocupação aqui seja a do ambiente acadêmico, trata-se, também, de um problema de saúde pública. Por isso, o foco da palestra não é a doença, mas a saúde, atravessando, certamente, os problemas aos quais as pessoas estão expostas tais como: ansiedade, depressão e tantos outros transtornos psicológicos / psiquiátricos e, por isso, é uma extensão universitária aberta ao público interno e externo.
Nesse contexto, o apoio do Sr. Diretor da Fatec de Mauá, o Prof. Dr. Jarbas Thaunahy, torna-se imprescindível para que projetos como esse possam decolar e se firmarem enquanto parte das diretrizes institucionais através do plano político pedagógico de cada curso e que, de certa forma, a extensão universitária ganhe, cada vez mais, notoriedade na região, tanto através das/os estudantes da referida Instituição de Ensino Superior (I.E.S.) quanto pela comunidade externa, a qual aliás tem participado ativamente dos grupos de estudos filosóficos, que é uma outra ação que se soma aos esforços filosóficos da Fatec de Mauá. Portanto, o destaque dessa quarta palestra é que o posicionamento da IES diante dos desafios que a sociedade brasileira enfrenta em questões existenciais e sociais é o de apoio através da formação continuada e complementar e com o caráter humano/humanístico como pressuposto da presença da Filosofia na Fatec de Mauá. A Fatec de Mauá proporciona uma formação diferenciada para a tecnóloga e o tecnólogo que pretendem ter como seu próprio diferencial as aptidões técnicas necessárias ao mercado de trabalho, assim como as aptidões mais que necessárias nas relações humanas desse mesmo mercado de trabalho, o que implica em uma visão de gestão de pessoas perpassada pela formação filosófica. E, para encerrar, é bom afirmar que está bastante ativo o tripé ensino, pesquisa e extensão na Fatec de Mauá. Nossa IES segue se estruturando e se fortalecendo cada vez mais.
